Bob da Rage Sense é um rapper da geração de ouro e underground angolana, e um dos mais conscientes que existem no universo do Rap Angolano. Um rapper em possuidor de muita bagagem e álbuns de sucesso. Isso mesmo, de sucesso, coisa de adulto, e não de quem começou a ouvir rap por intermédio dos TRX, Mobbers, CBG e outros.
Álbuns esses como Underground Konsciente (2002), Bobinagem (2004), este álbum foi o responsável pelo o que se pode chamar de ponte, ou seja, o que deu um “up” à sua carreira na fase em que ele estava já em Portugal e o mesmo saiu com o selo da Mad Tapes.
E ainda apareceria Menos Pão, Luz e Água: MPLA (2007) e Diários de Marcos Robert (2009), Ordem Depois do Caos (2014), As Aventuras de Robbie Wan Kenobie (2020). Todos falam por si, não se precisa nem argumentar, e ele não tem nada a provar.
Bob da Rage Sense esteve nesta terça-feira no Flypodcast em que se trataram muitos assuntos, inclusive sobre a sua vida pessoal, profissão, e o estado do Rap Angolano, e não só. Foi uma entrevista aberta onde ele deu a sua opinião sobre o estado do Rap em Angola no seus últimos tempos.
Aproveitou o momento para esclarecer polêmicas de que o rapper Raf Tag seria o responsável pela sua escrita:
“O Raf Tag deu-me luzes e ideias, mas não a forma como eu canto. Quando as pessoas dizem que o Raf Tag escreveu para mim durante a minha carreira toda, é um absurdo. Criam polêmicas por inveja porque eu fui o primeiro rapper underground angolano a ser aceite no Rap Tuga…”
Sobre o Valete, aproveitou também para dizer:
“Nunca tive interesse em fazer músicas com o rapper Valete. Eu não conheço essa pessoa, não consigo ler a aura dessa pessoa, e eu não partilho música. Lembrando que os dois rappers foram da mesma label, Fucking Move do Sam The Kid. “Valete nunca fez porra nenhuma pelo rapper angolano, a não ser ser amigo do rap MCK…” Disse Bob.
Revelou também que o Big Nelo dos SSP é seu primo, mas que o grupo SSP nunca foi uma influência para ele. Porém, reconhece que o artista Jeff Brown foi o melhor integrante do grupo.
Diante desta conversa, o rapper foi questionado sobre a sua transição entre Angola e Portugal.
Em Angola, não há como falar de Rap Underground sem se referir a um dos seus pilares, e sem dúvida o rapper underground Bob da Rage Sense é sem dúvida respeitável no que respeita ao Rap Underground no consciente.
É verdade que ele não foi o precursor, mas sim, ele pertenceu à ponte entre o Rap Tuga e o Rap angolano. Essa transição dele, foi extremamente respeitada no cenário do Rap tuga, sendo respeitada por muitos.
Embora na altura se falasse muito dos SSP, Black Company e outros palcos, foram a febre do Rap comercial dos anos 90 cá em Angola. Isso é um fato. Dizer que o Rap Angolano passou a ser respeitado por conta dos SSP é apenas uma mera ilusão. É tirar o crédito de quem realmente trabalhou para que o Rap Angolano se tornasse respeitado e valorizado.
Ele foi enfático ao afirmar que os rappers que reivindiquem ser os primeiros, todos, pensam como os portugueses e nasceram ou cresceram em Portugal, algo que todos nós sabemos. Ele também reconheceu que já havia rappers angolanos antes dele, sim, mas ele foi um dos rappers underground que ajudou a construir a ponte do Rap Angolano para o Rap Tuga.
Eu estava prestes a esquecer que amanhã (20) será o grande show intimista de apresentação de single do novo álbum dele. O show será no espaço Switch, que contará com os convidados Mars Luise, Sidjay e Phedilson. um show somente para quem gosta de boa música e qualidade no Rap.
Eu fiquei triste com alguém que começou a ouvir Rap através da TRX e seu rapper preferido é o Kelson Most Wanted. Nada contra, mas falar que não conhece o Bob, tudo bem, você mesmo que gosta de trap pode não conhecer de facto. Agora, realmente dizer que ele é fraco, ai eu discordo de você.
Eu sempre afirmei: rappers que aprenderam a ouvir Rap com os TRX Music, Mobbers, CBG, Lebasi, e outros, esses não conhecem e não sabem nada sobre Rap Nacional. Assim, essa conversa não é para quem começou a escutar Rap no tempo desses novos rappers dessa escola.
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