A nova parceria entre Spotify e Netflix representa um facto decisivo no setor de streaming de áudio e vídeo. Revelada ontem 14 de outubro de 2025, a iniciativa traz para o acervo da Netflix vídeo-podcasts, produzidos pelo Spotify Studios e pelo The Ringer. O lançamento está programado para o primeiro semestre de 2026, com início nos Estados Unidos , e depois se estenderá para outros mercados. O intuito é dar um passo em frente na concorrência contra o domínio do Youtube e na formação de um novo modo de consumo digital.
O acordo inicial começa com 16 podcasts bastante populares, tais como The Bill Simmons Podcast, The Rewatchables, Serial Killers e Dissect, que serão feitos mais visualmente na Netflix mantendo a versão em áudio nas plataformas do Spotify. Curiosamente, o acordo inicial não inclui The Joe Rogan Experience, o que reforça ainda mais a estratégia de se apoiar em algo mais visual e narrativo.
Conforme anunciado pela newsroom do Spotify, com a parceria busca “expandir o alcance dos criadores” e alcançar novos públicos. Para a Netflix, a vantagem é diversificar seu acervo com um conteúdo que é acessível e continua, reduzir os custos de produções em comparação com séries e filmes.
Até o momento, não foram divulgados os números ou o modelo de repartição das receitas publicitárias. Não foi confirmado que haverá anúncios próprios da Netflix, embora estejam garantidos os anúncios originais dos episódios. Tudo leva a crer que é um projeto-piloto, para testar a aceitação do modelo antes da internacionalização.
Nos países lusófonos, como Angola, Brasil e Portugal, a parceria pode ser uma chance única para os criadores locais. Se alcançar esses mercados, os podcasters podem contar com uma plataforma global com novas formas de monetização e visibilidade. Isto pode trazer impulso à produção de conteúdos originais africanos e confirmar o português como língua cultural de grande relevância.
Apesar disso, há desafios. Em Angola e em outros locais da África, ainda há limitações na infraestrutura da internet, o que pode complicar o consumo dos podcasts em vídeo. Além disso, os ouvintes tradicionais podem não querer a transição para o consumo visual.
Contudo, esta parceria entre Spotify e Netflix constitui um passo estratégico rumo à liderança no mercado veloz de engajamento e investimento em vídeo podcast. Se o plano for concretizado como imaginado, poderá dar início a outra era de união entre o áudio e o vídeo, e tornar o produto lusófono uma força sem voz a nível global.
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